DICA DO DIA

Antes de tudo: Fora Temer!

domingo, 25 de novembro de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

POR AQUI...



Eu li no jornal que a sol virá
e aquela greve vai continuar
Amanhã vai haver passeata
No Nordeste a chuva não é farta
Parece que as coisas por lá hão de piorar

Eu vi no jornal que o dólar caiu
E que o desemprego já diminuiu
Eu sei já parece um começo bom
Mas os hospitais estão sem ultrassom
e o crime já chegou ao Leblon

O rádio não toca mais canções de protesto
Muita gente na rua ainda vive de resto
Mas o rádio só fala de bunda e de festa
Eu devo ter escrito "idiota" na testa
Mulher de respeito é mulher que tem peito

Eu vi na tv que a Europa quebrou
E que querem mudar o regime em Moscou
Eu vi na tv uma nova de Cuba
mas pararam no meio pra mostrar um bunda

Eu li no jornal que o Brasil anda bem
E o povo na igreja cantou em amém
O cinema aguarda o terceiroTropa
pra vermos desgraça comendo pipoca
Se somos cegos assim...
Imagina na Copa!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tudo acaba em samba...


Se eu não sou bom de bola nem de samba
Não dedilho guitarra nem viúva
Se eu não  tenho um amigo lá na rampa
Pra que a grana me caia feito chuva

Se eu não vendo meu corpo alí na esquina
Ou recheio minha calça com propina
Se eu não sou namorado da Madonna
Nem exponho minha vida num  programa

É que eu sou um sujeito de respeito
e vai ser mais difícil eu me casar
Já que não sou compadre do prefeito
Não tem jeito, eu vou ter que trabalhar
...

Se eu virasse artista de novela
Ou cantor de uma praga popular
Se o meu chefe vivesse numa cela
Eu comprava uma casa junto ao mar

Mas eu não cobro a ordem da favela
Nem faturo com obra de fachada
Eu não mancho a honra de uma beca
E não vendo minha alma pra um babaca

Mas eu sou um sujeito de respeito
E vai ser bem difícil me mudar
Eu carrego orgulho no meu peito
Eu prefiro não ter do que roubar

Eu que sou um sujeito de respeito
Sei que vai ser difícil eu me casar
Já que não sou amigo do prefeito
Não tem jeito, eu vou trabalhar

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pra não dizer que não falei de flores (por Alice)


A cor das minhas unhas distraía minhas idéias. Um burburinho, música, olhares pra trás. Acompanhei. 
Ainda entre pensamentos distantes e sorrisos aos que chegavam, deixei a covinha brotar no meu rosto enquanto as crianças passavam conduzindo meu olhar até o noivo. Aguardava  sereno. Ou nervoso? 
A mudança nos acordes anunciava sua chegada.
O jardim ficou mais verde. O dia mais ensolarado.
Ela surgiu. 
Pai ao lado, pé ante pé, buquê na mão, muita coisa na cabeça, olhos só pra ele. 
Atravessou aquele corredor de gente querida exibindo delicadamente o vestido que a descrevia por completo. Lindo, interessante, ousado, puro, particular. 
Eu já não pensava na cor das minhas unhas. Pensava em quantas vezes pintei as dela. E em quantos dias de beleza passamos juntas falando sobre meninos, música, cabelos, roupas, sonhos. Me lembrei do dia em que a conheci através da grade de casa, das partidas de ping-pong, dos shows do Lulu, dos testes de revista, das fotos, das agendas enfeitadas, dos filmes do Di Capprio. 
Lembranças de um tempo em que éramos só eu, ela, e a Mari. Três amigas capazes de qualquer coisa, contanto que estivéssemos juntas.
O padre me trouxe à tona. Um discurso molhou meu rosto de lágrimas. Vieram então o beijo apaixonado, as palmas que fiz questão de puxar, os olhares de quem os ama, a caminhada de volta.
Não há mesmo nada mais bonito que o amor.
Casamentos não me emocionam. A vida sim. Amores sim. 
Há casais por quem torço, e outros que respeito. Há os de quem desconfio, aqueles em que não acredito, e há casais que apenas me trazem paz. São reais, na saúde e na doença, nas brigas e nas pazes, nas juras de amor, nas implicâncias, nas restrições, nas nóias, na rotina. 
Sábado era dia de paz! 
Dia de acreditar de novo no amor, de voltar a ver sentido em tudo aquilo.
Outra Alice nasceu no sábado. Mais uma que se junta às tantas que vivem em mim. Essa Alice chora emocionada porque uma de nós encontrou seu lar. Porque a outra de nós já tem seu sorriso reconstruído em um rostinho de criança. Em dois, pra ser exata. 
Chora porque passamos por muita coisa juntas. Porque chegamos até aqui. Porque somos felizes. Porque nunca nos perdemos, nem nunca nos deixamos. 
Chora porque deixamos de ser três e viramos muitas. Nove, doze, juntas, separadas, antigas, novas.
Não há nada mais bonito que o amor.
E nada me torna mais sensível a ele, do que ele mesmo. 
Alí, diante do amor, amei mais meus pais, minhas amigas, minhas lembranças, as músicas que traziam recordações, os reencontros inesperados, o meu rosto suado no espelho.
Vontade de ter alguém pra amar nos olhos, pegar na mão, pedir perdão, dizer sim.
Alice ficou romântica de novo. 
Descobriu que o céu pode ser cheio de flores. Basta construir lindas guirlandas!
Obrigada, Cris.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quero ser titia

Depois que me divorciei os planos de ter um bebê foram, naturalmente, adiados.
Minha mãe ficou visivelmente frustrada. Contava os meses pra virar avó.
O instinto maternal nunca foi embora, mas eu sempre fui boa em satisfazer esse impulso sendo a mãezona de todo mundo ao meu redor. Amigos, amigas, qualquer pessoa descohecida que precise de ajuda...uma loucura!
Agora entrei na fase "quero ser titia". Dois irmãos casados, duas cunhadas lindas e incríveis... Eu voltei pro final da fila!
A tia Alice aqui não vê a hora de ter um pimpolho pra agarrar, entreter, alimentar, fazer careta e mandar de volta pra casa.
Isso porque dia sim, dia não eu quase me inscrevo num programa de adoção, e aí lembro que não tenho conta bancária pra isso.
Acho bom as cunhadas começarem a agir! Qualquer hora o argumento financeiro não vai me freiar mais!
Minha mãe deve estar lendo isso agora e pensando "e o pai?". Não o meu pai, o pai do bebê.
Mãe, acalme-se! Minhas Outras Alices falam mais do que fazem. Não preciso de um telefonema de madrugada para um papo sério e nem começar a ver preços de berços e roupas de criança. Está tudo sob controle. Eu acho...
No momento estou tentando evitar: convites para festas infantis; batizado; fotos de filhos de amigos; crianças fofas fazendo figuração no me programa, e papos de novas mães. Afinal, não sou de ferro!
Também preciso ficar longe dos documentários sobre as crianças com necessidades na África, e qualquer noticiário sobre bebê abandonado.
Não é difícil perceber que o movimento "quero ser titia" não é bem uma escolha e sim uma necessidade!
É isso ou eu acabo no mesmo grupo da Angelina Jolie e sua família de muitas etnias.
Minha nossa, meu relógio biológico nem entrou em ação e eu já estou topando até serviço de babá sem remuneração.
Alguém me empresta um sobrinho no final de semana?



terça-feira, 5 de junho de 2012

BARULHO


A gente precisa sair pra ter vontade de ficar
rir pra lembrar como é chorar
lembrar pra perceber que já esqueceu

O vazio mora dentro da gente
não é culpa de um dia cinzento
nem de um amor interrompido

É o jeito mais puro de ser só
e a pior das formas de solidão

Existem sempre muitas Alices, muitos Joãos, muitas Marias
existem sempre muitos de nós em nós
solitário é quem rejeita ou esquece seus muitos outros
suas tantas formas, seus dias, suas histórias, suas vontades

A gente precisa sair pra querer voltar
e se enganar pra descobrir

O barulho mora dentro da gente
não é fruto de um dia quente
ou de uma festa inesquecível

É o jeito mais certo de ser só
e a melhor das formas de brigar com a solidão

FAÇA BARULHO!

domingo, 27 de maio de 2012

A alma da mente

Sinto às vezes como se eu tivesse duas almas. A alma do corpo - aquela famosa, que vira penada em filme de terror e muda de corpo na reencarnação - e a alma da cabeça. Pode ser só a minha, mas ela parece realmente ter vida própria. Tem dias em que a alma do corpo está leve, o mundo ao redor parece bem, tudo caminha perfeitamente, mas a cabeça não acompanha. Ela simplesmente não se comunica com todo o resto. Não entende os recados, não lê os sinais, não reconhece os códigos.
Já aconteceu com você? Algo como pegar um livro pra ler, virar páginas e páginas, passear os olhos lentamente por cada sílaba e não registrar na mente uma só palavra? Entrar animada numa partida de volei e nunca reparar a bola chegando? Ou iniciar uma conversa onde você faz as perguntas, mas não memoriza resposta alguma?
Acontece comigo o tempo todo. E não é porque estou pensando em outra coisa. Se assim fosse, podia ser a mesma alma, somente perdendo o foco, desatenta... Não é isso! A cabeça está lá, na ação do momento. É a alma da cabeça que não despertou!
Claro que isso é modo de dizer. Eu não acho de verdade que temos uma pequena alma em formato de crânio. Nem sei ao certo se temos uma em formato de gente. Mas foi a melhor forma que encontrei de descrever essa sensação de buraco negro em que me encontro - ou me desencontro - em momentos que costumam durar minutos, mas por vezes se repetem ao longo de meses.
Acabo de passar por uma fase de conflito de almas. Digo que acabo de passar com uma forte esperança e quase tentando me convencer de que ela tenha realmente acabado. Andei desfocada do universo. Acordei, tomei meu café da manhã diariamente, cumpri com as demais refeições que meu organismo exigiu, trabalhei, disquei e atendi o telefone, levei a cachorra na rua, cozinhei pensando na fome dos dias seguintes, fiz compras, aniversário... E não me lembro de ter vivido, e de fato curtido, nenhum desses momentos. Foram como tarefas rotineiras, saídas de uma máquina programada. Feitas com cuidado pela alma do corpo. Completamente ignoradas pela alma da mente.
Maior o tamanho do meu esforço em focar e mergulhar nas ações, maior meu distanciamento.
Em dado momento relaxei. Não diria que joguei a toalha, mas entendi que a alma da cabeça também não iria se entregar pra essa luta. Vivi, portanto, essa semi inércia, cheia de realizações pouco aproveitadas, dando passos sem marcar o caminho, "levando" - como dizem aqueles que vivem sem muito contento.
Acho que passou.
Voltei a frequentar o cinema, andei sugerindo programações, tenho lido e absorvido tudo o que leio. Voltei a publicar no blog.
Recebi hoje pela noite uma mensagem carinhosa de alguém que não conheço, mas percebeu minha ausência na escrita e ficou feliz com o retorno. Fiquei, obviamente, ainda mais feliz com o recado e, nesse momento onde minhas almas parecem estar tão conexas, senti uma quase necessidade de postar algo mais.
Passei então só pra dizer, desse meu jeito de dizer as coisas (com palavras demais e devaneios sem fim), que se há mesmo duas almas na gente, a do corpo e a da cuca, as minhas duas parecem ter entrado em acordo. E como todo casal, é bem possível que a qualquer hora se desentendam. Mas até lá, estarei de volta, atenta ao mundo, rindo das coisas, e contando por aqui.
Obrigada por ler.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MISSÃO AZUL

Esse ano começou com a casa cheia e o coração vazio.
Sabia que seria um bom ano!
Soube assim que percebi a grandiosidade das almas que partilharam os primeiros instantes dele comigo.
Mulher de sorte sou: comecei 2012 ganhando de presente 3 novas amigas especiais.
Tive o prazer de tê-las na minha casa durante 15 dias.
Felizmente, fui sábia o suficiente para deixa-las guiarem meus passos nesse virada de ano. Foram passos mais suaves do que os de costume, dias mais doces, risos mais sinceros...
Ao lado delas decidi, ainda em tom de brincadeira, que partiria numa missão azul (só quem viveu entende...)
Já era hora de achar um outro azul. Cor bonita que é... Merecia um novo quadro pra tingir.

Compartilho a felicidade de hoje com aquelas que repartiram a felicidade delas comigo.
Nane, Rê, Monica, Gi, Yasmim, Lu.
Já dizia o mantra da virada (já dizia outra alma abençoada: Cecília): "TE ADORO, 2012!!!"


MISSÃO AZUL
Parti numa missão azul
atrás de um azul maior que o céu
de um azul que fosse claro, sem sombra

Seguimos, eu e meu capacete
nós e o medo da queda
pé ante pé atrás
mão tateando os portais

Achei azul que pintava o mar
escondido no azul que seria o ar
se em tudo no Mundo houvesse cor
se o vento que sopra fosse pintor

O azul que sabia boiar
Me esperava do lado de cá
mais celeste, mais royal, mais marinho
Azul que atende pelo nome de carinho
...
...

Azul mais azul que o menino,
me devolva os pés para o chão.
Me deixe bem longe da lua.
Me chame de amor, me chame de sua.