DICA DO DIA

Antes de tudo: Fora Temer!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DESABAFO!

Nunca daria certo cruzar um cão com uma vaca.
Também não daria certo misturar mostarda no sorvete.
Nenhum de nós cogita usar cachecol no verão
e nem promover um festinha de confraternização entre flamenguistas e vascaínos. 

Isso se chama bom senso.

Se alguém achar o meu, favor devolver. 

sábado, 24 de dezembro de 2011

O PLANO FINAL

Lá, em um lugar imenso, onde se vê a melhor das páginas, e onde não se enxerga nenhuma história, a câmera sensível do diretor encontra seu plano final. Aquele que encerra o conto, que fecha a tampa, e que permite a quem assiste dar o último suspiro, a última piscada lenta de olhos, o adeus a uma vida que não lhe pertence.
É lá, naquele lugar que só a grua enxerga enquanto sobe, e que deixa cada um de nós pequenininho diante do mundo, que o filme avisa: "cheguei ao fim"
Depois a gente já sabe o que vem. As luzes se acendem, aparecem as migalhas de pipoca no chão... Quem é de bolsa recolhe a sua, quem é de choro enxuga o rosto, quem é de sono acorda. 

Lá, naquele pedaço de imensidão que se despede da tela, vive, aflita para ser percebida, a moral da história. 

A gente sabe quando chega lá. Só os distraídos esperam os créditos para entender que a sessão chegou ao fim. Assim são os filmes, e os filmes da vida. Começam com um personagem novo, terminam numa paisagem cada vez mais longe.


Alguns filmes deixam saudade. Alguns filmes deixam vontade. Alguns a gente só entende dias depois, no meio de um papo, num cruzar de idéias ou quando apaga a luz do abajur. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Vou vivendo como sou, e vou sendo como posso" - (Novos Baianos)

Vontade de escrever sobre gente, sobre histórias, sobre casa. Vontade de escrever sobre as Alices que ainda não fui, sobre as que quero ser, sobre as que deixei. Saudade da adolescência, dos meus 20 anos, de uma liberdade nada independente que a gente tinha. Lembranças da casa dos meus pais, e daquelas paredes que penduravam quadros que eu não escolhia.
Peguei uma furadeira emprestada. Vou enfeitar minha casa. Comprei bucha, parafuso...
Saudade das paredes enfeitadas que não eram minhas.
Me lembro da alegria em escolher o tom de amarelo que pintaria minha sala. E da sensação gostosa em trazer pra casa o primeiro tampo de privada. Minha primeira casa. Meu canto.
O tampo da privada descascou. Preciso comprar um novo. Ninguém sabe quantos anos dura um tampo de privada até ter a sua própria.  A gente sabe quantas xícaras de arroz rendem um jantar para dois, e que cera demais mela o chão. Mas não sabe que, se em três anos o tampo da privada não der bolha nem descascar nas extremidades, é porque você deu sorte. Ninguém pensa, quando sonha em morar só, que será dono de uma privada.
Aquela Alice cresceu. A Alice da casa de paredes alheias e a Alice da tinta amarela. Cresceram também as Marianas, as Cristinas, as Renatas, as Lucianas. Cresceu minha bagunça no quartinho de entulho e a rachadura na parede da varanda. Cresceu a vontade de conhecer o Mundo e não só a praia mais perto. Cresceu meu cabelo, meu número de cartões de créditos, minha quantidade de ex.
Tenho 3 ex-empregos, 3 ex-casas, 4 ex-namorados. Somei a isso um ex-marido, um monte de ex-melhores amigos que nunca chegaram à página 2 e os que, estranhamente, sumiram na página 90. Tornei-me ex-invicta em levar pé na bunda e devo ser a ex-paixão avassaladora de um punhado de galalaus.
Saudade dos galalaus.
Eles também cresceram, mudaram a cor da parede e hoje são donos de privada.
Crescer é isso aí. A gente aprende a espantar formiga do armário, a lidar com mofo, molhar plantas. Aprende a tirar mancha de quase tudo, suporta vizinho chato, queima roupa que seca tempo demais no sol.
A pia do banheiro fica pequena para os produtos de pele, cabelo, rugas, os cremes, perfumes, água mineral engarrafada (??? - !!!). Por que a gente acredita nessas coisas depois de velho?
Você sabia que a cada três meses tem que abrir a luminária do ventilador para tirar os bichinhos que morrem lá dentro?
Claro que não!!!
Ninguém sabe disso. Nem o cara que inventou o ventilador sabia. Um dia o dele ficou sujo, e como ele já era crescido, já prendia quadro na parede, era dono de privada e queimava roupa no sol, teve que lidar com mais essa novidade.
A vida é cheia de novidades que não vem escritas nas embalagens.
Podia ter vindo escrito na minha bunda que se eu não malhasse duas vezes por semana ela ficaria horripilante. Não há Procon que resolva esse caso. O jeito é correr atrás do prejuízo, malhar não mais duas, mas 5 vezes e somar algumas despesas em pílulas e cremes que, esses sim, já avisam na embalagem: não fazem milagre.
Taí uma coisa que não existe. Milagre. Se existisse teria outro nome e ninguém passaria a vida esperando por um. Seria como achar trocado em bolso. Isso não é milagre, é sorte. Sorte é uma coisa que todo mundo pode ter, muita gente tem, e uma minoria pessimista gosta de dizer que não conhece. Elas não sabem que já tem sorte em serem suportadas. Gente pessimista é mesmo muito chata!
Por isso, antes de orçar o novo tampo da privada e mesmo com a saudade que será eterna da casa dos meus pais, eu preciso dizer que acordei com um bom humor daqueles!
Adoro ter meu canto e ver que minhas amigas cresceram. Faz bem saber que a falta que elas fazem é fruto de um monte de conquistas que tivemos até aqui e mudaram nosso rumo. Não há bunda perfeita que pague os trinta anos de alegria que vivi até agora, as muitas gargalhadas que dei em noites de fofoca no quarto, a felicidade em dizer sim a um marido que amei muito, e o trabalho danado que deu pra deixar a parede amarelinha!
A gente cresce e a vida vira da gente. A maçaneta que caiu da porta e merece conserto é nossa. Mas também é nossa a porta da frente. A gente abre, fecha e deixa entrar quem a gente quer. É meu o jardim de plantas mal tratadas na varanda, e também é meu o fim do dia. As histórias serão sempre minhas, os amigos estarão sempre no livro, as páginas continuam sendo escritas.
Peguei uma furadeira emprestada. Hoje é dia de prender quadros, comprar tampo de privada, presente de Natal, ajeitar a casa.
Tudo isso sem milagre.
Se tudo der certo, vai dar muita coisa errada.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

POEMA COM GOSTO DE BALA DE GOMA - ou - Coisas que a gente escreve quando come doce demais....

Delicado pode ser o mesmo que complicado, ou pode ser só a melhor forma de definir uma beleza ingênua. De delicados me entupo toda tarde, cariando os dentes numa gula irresistível pela goma colorida e açucarada. 
Delicado é o filho da senhora que assim o define, já que lhe falta coragem para aceitar que ele é mesmo gay.
Delicado pode ser um gesto de amor, de carinho, afeto.
É delicado tudo aquilo que se despedaça com facilidade.
                                                      ..........

Em dias complicados, quando a cuca se confunde com a beleza ingênua que insiste em sorrir pra mim, afogo a ansiedade mastigando gomas açucaradas, enquanto desabafo no ombro de um amigo gay.
Chove vontade de dar amor, carinho e afeto, mas fico aqui, despedaçando o coração...
                                                       ..........

Se já começa delicado, delicado será seu percurso, delicado será até o fim!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Analisando...

Uma paixão calma (acho que se chama amor) me toma o peito nessa madrugada.
Não é explosiva, não é impulsiva, nem frágil. É uma paixão amena, que acho mesmo, deve ser amor.
Prendi o sorriso nos lábios, aguei os olhos, revi fotos, lembrei dos amigos.

Que coisa é a vida aos 30! Tão mais serena, mesmo no maior dos agitos.
É tão mais fácil amar. Tão mais difícil se apaixonar!

Amar é bom, não engorda e é pra todos.
Ame um vizinho, se ele lhe for bom. Ame muito o seu irmão. Ame seus amigos. Ame que eles te amem. Ame um dia produtivo, suas idéias, seu reflexo.

Ame a vida, mas não se apaixone por ela! A paixão passa, ficam as terapias, o prozac, a busca...

A DESPEDIDA

Nem toda despedida é triste. Mas é sempre trabalhosa, dura, dolorosa...Ainda que se queira ir, há tudo aquilo que deixaremos pra trás, há um novo (e desconhecido) pela frente, há a quebra da rotina, a curva no trilho, a busca da convicção.
Tudo isso fica ainda pequeno quando despedir-se não é um escolha. Ser deixado, abandonado, ter que ir, precisar regressar, não poder mais querer, querer e não ter...
Despedidas são necessárias. São rotas obrigatórias para novos começos.
Despedir-se, assim como apaixonar-se, cega. O amanhã parece impossível, o ontem confuso, o mundo ao redor, insosso, as explicações, inúteis.
Aprender a dar adeus é uma arte. Ou talvez um traje que aprendemos a usar. Vem com a vida, com as perdas, com o tempo. Entender que o novo sempre vem é amadurecer.
Como eram doídas as minhas despedidas!
Como era difícil mudar, renovar, desistir, aceitar.
Me despedi de muitas coisas nessa vida. De gente que amei, que ainda amo, de filmes que acabaram, de dias que ficarão na memória, de lugares inesquecíveis. Me despedi de uma Alice criança, dos tempos de colégio, da virgindade, do desconhecido, da pureza, de medos, de histórias, de planos. Dei adeus a muitos planos. Também me despedi de problemas, de dilemas, de gente ruim, de dias horríveis, de remédios, de vícios, de dores e de escolhas mal feitas.
Por 4 vezes me despedi de um lar. Uma vez de um casamento. Deixei coisas nas gavetas, roupas velhas, escova de dente, poeira, um lustre... Deixei um sonho, um vestido branco no armário, algumas fotos.
Despedidas engrossam a nossa casca, atrofiam o coração.
Despedidas me ensinam a não ter medo de viver - ou será que me ensinam a não sonhar pra não perder?


Adeus casa que acolheu uma família feliz. Adeus casa que nos viu rir, chorar, crescer, querer, mentir, brigar, trair, amar, perdoar, dançar, dividir, namorar, cantar, jogar, nadar, amar, amar, amar. É hora de me despedir do lugar onde tantas despedidas vivi.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

À noite...

O sono, que me é tão raro às vezes, hoje reina absoluto nessa noite fria. O sono, inimigo das idéias, rival maior da concentração, luta firme para me afastar daqui.
Fico diante de uma tela em branco, enfrentando essa embriaguez sóbria, tentando unir os pontos, concluir pensamentos, inventar histórias.
Já de cara abandono os compromissos e deixo pra amanhã o que se pode fazer hoje. Resta ainda um desejo de criar algo novo, provocar, publicar...
O sono, maldito ladrão da genialidade, me torna sem graça, inexpressiva, impotente.
A mente inquieta, o corpo em silêncio, as mãos mais pesadas...
Quase durmo...
Acordo.
Quase escrevo...
Desisto.
O sono, que me é tão companheiro em noites solitárias, é também um amante sem bom senso, intrometido e  invasivo.
O son...
O so...
O...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pé no chão no mundo da lua

Comprei uma marreta e uma estaca esses dias! Vou mandar fincar meu pé no chão.
Ô pessoa pra sonhar...
Acho que mora um bichinho dentro de mim. Inquieto, safado... Insiste que a vida é feita em cores. Tem dias em que é rosa, tem dias em que é azul. Mas é sempre colorida. 
Bons tempos em que o jornal vinha em preto e branco - me trazia pro mundo real. 

O mundo real tem regras - e é numa galáxia muito distante do mundo ideal.
A gente mora no primeiro. 
Eu já sei, mas `as vezes esqueço. Ou vai ver gosto mesmo de me confundir.

No mundo real a gente não diz sempre o que pensa e existe uma palavra chamada segredo. No mundo real a gente não beija quem quiser, e "ninguém é de ninguém" só no carnaval.
O mundo real machuca a gente e é um bocado confuso. 
Eu vivo no país das maravilhas. E nele, como todo mundo sabe, a gente comemora até desaniversário.
Mas o mundo real não entende se você se apaixonar só por 15 dias ou tiver sempre muita vontade de abraçar muita gente. No mundo real nem todo mundo sabe o que é ser amigo de verdade, e quase ninguém diz obrigado.
O meu bichinho aqui dentro, que veio do outro planeta, sofreu pra se habituar! Passou poucas e boas até começar a entender que por aqui nem tudo se resolve sorrindo. Bichinho sofrido esse meu! Penou, penou, mas ficou esperto! 
Aí fizemos um trato: vamos morar por aqui, no meu mundo real. Eu dou a ele casa, comida e roupa lavada. Em troca ele me leva pra passear no Mundo dele sempre que der. Nem que seja sonhando.
Deve ser por isso que tem dias em que o vento na janela do carro parece estar fazendo carinho no meu rosto. E por isso também tem dias em que a música no rádio, tá na cara, foi feita pra mim! Nesses dias só o sol já basta. E dá uma vontade danada de ver gente, usar qualquer roupa, tomar cerveja.

Vivo por aí, no céu...
Eu, meu mundo da lua, meu país das maravilhas, meu mundo ideal.
Eu e o bichinho que mora em mim.
Eu e minhas outras Alices.

Acho que não quero usar a estaca. Até que é bom andar sem pisar no chão...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A cidade dorme

Há noites em que o Rio dorme antes de mim.
Chego em casa questionando onde foi parar a boemia. Não se fazem mais cariocas como antigamente.
Eu que nem sou tão antiga sei que houve um tempo em que o agito fervia na Nascimento Silva. Hoje o vizinho reclama se você ri alto demais depois das dez.
Morar sozinha tem dessas coisas. A gente precisa que a cidade nos faça companhia. Por isso adoro os sábados de verão: A gente já acorda com o sol puxando a coberta.
Há quem conviva bem com o silêncio. Ele me alucina! Faço barulhos constantes na minha cabeça preenchendo o meu dia. Penso em coisas pra escrever, coisas pra dizer, problemas, pendências, compras... Falo sozinha quando acordo, no banho e no volante. Canto! O dia inteiro. Vejo os filmes, leio os livros. Comento-os comigo mesma. Mudo os personagens, improviso diálogos... Falo com a minha mente enquanto faço ginástica, enquanto medito - logo, não medito!
Fui fabricada sem botão de off.
E sempre foi assim. Não é coisa de mulher solitária. Me lembro de, aos sete anos, passar tardes inteiras diante do espelho fingindo ser a Barbie.
Há noites como essa, em que o Rio vai dormir e eu fico de pé. Queria ter uma idéia que mudasse o Mundo. Ou algo que me deixasse rica. Queria não pensar tanto em comida.
Já listei as tarefas de amanhã, o que falta na despensa, as metas de 2012.
O Rio continua dormindo. Não se fazem mais Vinícius de Moraes.
O ócio, todos sabem, pode ser criativo. Mas o ócio é mesmo, por sua natureza, uma grande chatice.

O homem certo

O homem certo não arrota em público e não cospe na rua. Mas se for o homem certo, a gente perdoa.
O homem certo não transa de meia, não assiste jogos de outros times, não vai ao estádio no final de semana. Mas se for o certo, a gente acompanha.
O homem certo te elogia na cozinha, adora suas roupas e repara seu cabelo. Mas se não comentar, tudo bem...
O homem certo arruma a cama, não transforma o tapete do banheiro em uma vitória-régia e sempre pendura a toalha no box. Mas se ele esquecer, a gente dá uma força.
O homem certo estudou e trabalha. Ou ele pode ser só bem esperto.
O homem certo é bonito, mas todo mundo já sabe que o amor é sempre cego.
O homem certo tem mais de 30, mora sozinho e não comeu a cidade inteira. Mentira, esse é o homem que não existe!
O homem certo não liga pro seu passado, mas se ligar a gente esconde.
O homem certo é bom com seus pais, e ai dos seus pais se não fizerem por onde...
O homem certo tem boas companhias, ouve boa música, pratica esporte. O homem certo sabe se vestir, gosta de ir a praia, não enxerga celulite. O homem certo é divertido, faz piada, ri das suas. Mas se ele for mesmo o certo e não fizer nada disso, a culpa pode ser toda sua.
O homem certo é bom de cama, mesmo que seja pra dormir.
O homem certo é bom em te fazer surpresas, mesmo que esteja de calça arriada.
O homem certo adora viajar, mas se não gostar você diz que está sem grana.
O homem certo te acha linda, e se ele não disser é pura desatenção.
Todo homem certo é criativo, flexível, alto astral. Se você não reconhece, pode estar tendo uma TPM das mais longas.
O homem certo traz alguma coisa pro jantar, e tudo bem se for só cerveja.
O homem certo lembra do seu doce favorito, mas tudo bem se ele esquecer de comprar.
O homem certo te faz companhia, te dá a mão, mas não gruda. Tadinho... e se ele estiver muito apaixonado?
O homem certo liga. Mas se for o homem certo a gente liga antes pra garantir.
O homem certo não repara nas mais gostosas. Mentira, esse é o homem gay.
O homem certo gosta de crianças. Vai ver as crianças que não gostam dele...
O homem certo quer ter filhos. Mas se ele for o homem certo e não quiser, você esquece de tomar a pílula.
O homem certo não bate em mulher, mas se não der um tapinha pode ser o homem errado.
O homem certo se organiza, cuida das finanças, planeja as viagens. O homem certo joga junto, vai na frente, toca o barco. O homem certo... tá bom, esse é o homem imaginário.
O homem certo tem mil defeitos. Mas se for o homem certo serão todos uma graça.
O homem certo depende da sua boa vontade ou do grau dos seus óculos.
O homem certo está em algum lugar.
Se você não achou tá na hora de mudar o jeito de procurar!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um a menos

Hoje vou dormir com um dente a menos. Um que se foi e que não volta mais. Fiquei feliz em ver o mal ser arrancado pela raiz - literalmente. E me fez pensar em quantas outras coisas poderiam ser extraídas sem fazer qualquer falta. Coisas simples, desconfortos, constrangimentos, casos mal resolvidos, beijos ruins, pequenos infortúnios com os quais não faria mal algum viver tendo um a menos.
Não faria mal ter um inimigo a menos.
Nem ter lido um livro chato a menos.
Há uma lista de coisas das quais me pouparia, se pudesse voltar. Já que não posso, ficam aqui na vontade -e no blog:
- Um fora dos muitos que levei dos caras que quis
- Um dos muitos sorrisos que dei com um pedaço de alface entre os dentes
- Uma das mil dietas que não deram certo
- Uma das provas de química
- Uma das decepcionantes revelações físicas entre 4 paredes
- Umas das algumas perguntas idiotas que já fiz a gente importante
- Um dos amigos do cara certo, que apareceram na hora errada. Isso é: antes.
- Um dos pudins entre os tantos que assei e fiz parecer um salsichão doce
- Um dos "eu te amo" que disse antes de amar
- Um dos chopps a mais que tomei aquele dia...
- Uma das milhões de multas que paguei no meu carro
- Um pedido de desculpa a quem não merecia
- Um filme do Godard a menos... não faria falta.
- Um flagra que só serviu pra dar dor de cabeça
- Um dia daqueles de chuva e tédio
- Uma das noites incríveis com o homem errado
- Um dos vários dias sonhando com o impossível
- Um dos péssimos presentes que ganhei e não fui capaz de disfarçar
- Uma das músicas do NX-Zero - qualquer uma
- Uma das cicatrizes que coleciono no joelho
- Um figurino pessimamente escolhido para um evento que deixou muitas fotos
- Um vizinho chato
- Um lasco na minha mesa de jantar - que me deixa louca!
- Uma das noites de choro
- Um dos meus vícios: comer, falar mais do que devo, escolher o sujeito errado
- Um dos textos que nunca devia ter publicado
...
Há uma lista infinita de coisas.
E você, teria um a menos de que?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dente, pra que te quero?

Dentes são necessários.
Ok...já sei. Sem dentes a picanha não estaria no cardápio, o cinema não teria pipoca,  o pão nosso de cada dia ficaria velho. Mas dentes se quebram, ficam sujos, adoecem. Dentes não ajudam o sexo, ocupam minutos dos nossos dias, gastam centenas das nossas economias.
Precisavam ser mesmo tantos?
Em um dia como o de hoje, em que sofro com uma dor num dente desgraçado, fico me perguntando que diabos mesmo ele está fazendo aqui na minha boca. Ainda mais um tão recluso, lá pra trás, escondidinho. Não melhora meu sorriso, não participou da mastigação do jantar... Parece que esteve aqui esses anos todos só pra um dia incomodar. Feito o apêndice! (shhh...é melhor não tocar nesse nome. Vai que ele escuta...)

É implicância minha o descaso com os dentes. Sou informada o suficiente para saber a importância desses pequenos mentex que guardamos na boca. Mais do que implicância, é medo. Sou medrosa feito criança pra sentar naquela cadeira automatizada. Nem o espelhinho me distrai, e olha que um espelho distrai qualquer mulher. Mas basta uma dor de dente e já saio querendo arrancar tudo fora e refazer com resina. Eu ficaria com os caninos, os da frente que são bonitinhos, os que aparecem quando falo e nenhum a mais.

Dentes reclusos e pêlos na virilha: vieram ao Mundo para enriquecer esteticistas e dentistas. Por sorte tenho uma dentista na família.
Alguém aí conhece um solteirão bonito dono de clínica de depilação?

domingo, 30 de outubro de 2011

Detesto boné

Eu não gosto de boné. Não entendo seu propósito. Na praia, no sol, faz sentido. Não no shopping, indo ao cinema, num fim de tarde... Boné `a noite é como óculos de sol na testa. Vergonhoso! Se você usa boné fora de hora, deve achar natural sair de gorro fora do frio, usar boina longe da França, e chapéu panamá no Brasil.
Boné é coisa de menino. Homens de 30 não usam boné.
Usam. Mas não deviam. 
É como uma mulher usar arco de lacinho, ou como descobrir uma cueca de super-herói por baixo da roupa de um cara.
Roupa tem idade, validade, ocasião... Toda mulher madura sabe a hora de aposentar a barriga e colocar as pernas de fora. E toda mulher que presta sabe onde termina a perna e começa a bunda. A gente aprende no curso de bom senso da vida. Não precisa de vestibular...
O boné ainda despenteia o cabelo... Aí obriga o cidadão a usar a desgraça o restante do dia. Será que tem homem que transa de boné? Nunca peguei um pela frente, mas não me surpreenderia. Muita gente perdeu o curso de bom senso e vai para as preliminares de meia. Me explica: meia não é acompanhamento de sapato?! Se um vai embora, o outro deve ir, casadinho, na mesma hora. Fazer sexo de meia é o mesmo que ficar pelado usando cinto!
Não gosto mesmo do boné. Sempre acho que estou conversando com um sósia do Sérgio Malandro, que tá na hora do recreio ou que fiquei parada no tempo.
E tem um detalhe pior: Ninguém lava boné. Vai pra cabeça, passa o dia exposto, pega suor, inhaca....aí volta pro armário.
Vamos tirar o boné e botar outra coisa na cabeça: Bonés são acessórios de sol. Como viseira, canga, barraca de praia. Deixe o seu num cantinho perto do filtro solar. Só use um quando usar o outro. Combinado?

sábado, 29 de outubro de 2011

O JOBÍ

O Jobí fica entre a praia e a noite, entre a festa e a cama, o tédio e o cansaço. O Jobí fica entre o sóbrio e o alegre ou entre o alegre e o derrotado. Fica entre a Guanabara e o Bracarense, entre a fome e o Koni, entre uma blitz e outra. Fica alí, bem depois do túnel, quase esquina com o Veloso, entre o futebol e o banho, justo antes de uma idéia ou logo após um furo. No Jobí há quem esteja sozinho, há os grupos de sempre, os amigos do bairro, os que cruzam de zona, os que não falam português. Há quem queira ver gente, quem queira falar, quem só queira beber. Há sempre alguém procurando algo mais, e um monte de gente feliz em parar por alí. O Jobí pode matar saudade, curar deprê, embebedar, ser o primeiro passo. No Jobí você beija, bebe, come, conhece gente e perde a hora.
Em um dia bom o Jobí fecha como um trunfo. Numa noite ruim, ele pode salvar o dia!
O Jobí fica alí, no início do Leblon, onde o mundo parece ser bonito, onde a vida parece uma novela.
`As vezes é bom viver um pouco de mentirinha.
É sempre bom passar um pouco no Jobí.

Sobre mim...(em 3 atos)

1 - QUANDO QUERO SER OUTRA
Algumas vezes na vida quis fazer parte da história de outra pessoa. Muitas vezes as histórias não eram felizes. Histórias de filmes, casos na tv, contadas por alguém...Não sei exatamente o que é essa busca. É como se eu quisesse viver algo especial, mesmo sendo especialmente triste. Sempre achei que todo mundo era assim. Aí com o tempo fui descobrindo que não.
Foi esquisito perceber que as pessoas não compartilhavam comigo um sentimento tão espontâneo, tão natural e tão recorrente.
Parando pra analisar, percebi que não é mesmo muito razoável. Não soa muito saudável desejar estar na pele de alguém que perde um grande amor, ou que conta um caso forte de superação. Mas de alguma forma, elas se tornam únicas, mais sábias, talvez. Talvez seja isso...Penso agora enquanto escrevo! Talvez eu enxergue nelas uma capacidade de saber coisas que eu não sei. Ou talvez seja o poder que o extraordinário ou impactante tem de chamar a atenção dos outros. Pode ser mesmo que seja só uma necessidade minha de ser vista, ouvida, notada, admirada, acolhida...
...
2 - QUANDO QUERO SER MELHOR
A gente vive tentando ser bonito. É bom quando a gente descobre que é ou se aceita, se gosta e, portanto, se acha bonito. Eu me aceitei dessa forma, buscando as virtudes, olhando do ângulo mais favorável, há pouco menos de 10 anos. Nem sempre foi assim. Não sei como é ser a rainha da escola e nem ter os rapazes aos meus pés na formatura. Passei a maior parte do colégio fazendo teatro, usando bermuda masculina e amarrando o cabelo. Existe um pensamento comum que diz que as mulheres que não foram lindas quando novas, aprenderam a ser simpáticas, educadas, inteligentes...como uma espécie de compensação: com alguma ferramenta elas tinham que ganhar! Hoje, com quase dez anos de "beleza" descoberta, sofro o desgaste que é depositarmos muito na aparência. É mentira dizer que não abre portas. Perdi as contas de quantas vezes usei meu sorriso, joguei meu cabelo e consegui o que queria. Arrisco dizer que confiei na beleza como minha aliada em quase todas as minhas ações nos últimos anos. Chegar a essa conclusão é decepcionante... Mas saudável! Perdi dias lindos de praia com vergonha de revelar uma gordurinha a mais e não fui a uma lista de festas porque tinha espinhas na cara. É patético acreditar que as pessoas me olharão de forma diferente, mas a vida real pode ser cruel.  Acordar, tomar banho, vestir e maquiar... Certos dias o espelho me barra. É a primeira pessoa que vejo quando acordo. É meu "bom dia", meu desjejum. Quando o reflexo não sorri pra mim, o dia pode ficar cinza e o relógio mais lento.
Maldita ditadura da beleza!
Malditas mentes emburrecidas  - como a minha!
Maldita dieta que não me emagrece. rsrsr
...
3 - QUANDO GOSTO DE QUEM SOU
Rir é bom, faz bem, espanta mais males do que cantar, exercita os músculos e dá cócegas na barriga! Rir pode ser alto, pode ser pra dentro, pode ser nos olhos. Rir dá rugas, mas nem toda ruga é feia. Rugas de rir podem ser charmosas.
Sorrir é bom, abre portas, inibe, atinge, atrai, encanta. Sorrir enquanto fala é bom; enquanto canta, afina a voz; enquanto transa, aproxima; enquanto beija, atrapalha (mas provoca risada e fica tudo bem!). Sorrir nunca é demais. Sorrir também dá rugas nos olhos e rugas no canto da boca. Mas, como me disseram, rugas de sorrir podem ser charmosas...
...

Indo dormir. Sorrindo...

domingo, 16 de outubro de 2011

Um samba pra Alice

Dias desses ganhei um samba.
Recebi um telefonema no meio do dia. Um amigo ator, sambista, me diz: "Fiz um samba pra você!"
Taí uma frase que você não escuta todo dia...
Faria mais sentido se eu tivesse um rebolado, dançasse miudinho, usasse salto alto, fosse rainha de escola, mulata do morro, morena jambo...
Aos 30 anos, adepta de filtro solar, fora de forma e nenhum gingado...ganhar um samba não faz mesmo qualquer sentido!
Sempre achei que o papel de musa inspiradora não era pra qualquer uma! Cresci achando que a Amélia virou a cabeça de Mário Lago como ninguém e que a Rita também era mulher de verdade, já que levou o sorriso do Chico, um disco do Noel, e ainda ganhou uma música. Passei a vida achando que mulher mais forte do que elas não havia. A Luiza, a Monique, a Carolina, todas bem difíceis de esquecer...
Agora aqui estou! Ganhando título e refrão. Virei protagonista de batucada.
A idade não deve estar me fazendo tão mal...
No país do carnaval, virar samba é quase como ser desenhada pelo Lan.
Preciso começar a frequentar umas rodas. Afinal, até agora "repique" era um pedido que eu fazia ao mudar o corte de cabelo e "tantan" um adjetivo que já aplicaram a minha personalidade.
Vou ter que rebolar!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FRASES

Frases soltas pensadas em uma noite doida:

- Música é a segunda melhor coisa que existe!
- A melhor é ter amigos.
- Você não precisa confiar na pessoa com quem ri. E nem ri com a pessoa em quem confia.
- Um sorriso é melhor que um trocado.
- Pra mau humor repentino só existem duas desculpas aceitáveis: vontade de fazer xixi e fome
- Um brinde não precisa de um grande motivo, além da vontade de fazer um brinde.
- Troque sua TPM por um chocolate!
- Admita que quase todo segredo é sabido por pelo menos três pessoas. Isso vai te poupar muita culpa e dor de cabeça.
- Dormir demais dá dor nas costas.
- Se pode ser comprado, pode ser emprestado, quebrado e estragado. Desapegue!
- "É preciso dar pra receber", na vida e no sexo (atenção homens egoístas!)
- Brigue pelas pessoas e não com elas.
- Faça dieta, mas não corte a cerveja!
- O Mundo é dos Nerds.
- Nunca reclame dos seus vizinhos se não quer que eles reclamem de você.
- Buraco é bom no sexo e na mesa de jogos. Nunca na rua, na meia ou no saco de lixo.
- Faça amizade com o espelho.
- A moda passa, as fotos ficam.
- Se calcinha fosse pra ser grande, chamavam de calçona.
- Só respeite os mais velhos se eles também forem mais sensatos.
- Os sérios que me desculpem, mas bom humor é fundamental.


Frases que ouvi por aí...:
- Não entre em um relacionamento se ele tem que ser mantido em segredo. - (senhora de 80 anos, esperta)
- Por razões que o coração desconhece, o tempo dos amores é, muitas vezes, mais curto que o das amizades. (Felipe Demier)
- Nossa intenção faz o Mundo valer. (Gabriela Leite e Pedro Buarque)
- Quem me dera ser um peixe... (Fagner)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Supetão

Hoje, inquieta, percebi minhas vontades nas pontas dos dedos. Só quem é impulsivo me entende...
Parece que o peito se apertou e colocou tudo que não cabia nele pra fora. Vem parar tudo no limite das mãos. Ou você segura, ou larga de vez.
Tem que ser racional pra não largar. Mas eu não sou, lembra?
Aí tem que ser muito esperto pra driblar o supetão.
Supetão é um bicho danado que dá carona pra um monte de coisa. Mas ele não pára no ponto, não toca campainha, não liga avisando...ele simplesmente joga a entrega! Tudo o que vem te devastando a vida, atropelando regra, não veio a pé, nem de trem...veio de supetao!
Quando as vontades chegam na ponta dos dedos, nós, impulsivos, sempre damos um serviço ao supetão.
Com os anos a gente aprende a usar um pedacinho da cabeça pra perceber quando está prestes a abrir a mão. Eu, por exemplo, descobri que as conversas com meu pai sempre me ajudam. Elas não me travam, até porque quase tudo o que fiz sem pensar foi culpa em parte da genética. Mas os papos no colo paterno me ajudam a segurar os dedos encolhidos por mais tempo.
Quinze anos atrás, auge da minha adolescência, ter as vontades na ponta dos dedos me deixava em sérios riscos com as teclas do telefone. Hoje, me colocam em apuros diante do computador.
Achei melhor vir desabafar no blog...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Chorar misturinha

(Achei esse texto salvo nos rascunhos. Estava sem final. Fruto de uma fase triste. Reli e entendi porque não publiquei na época. Não queria escrever trizteza. Hoje, relendo, não consegui sequer lembrar do aperto que o provocou. Resolvi publicar! Escrevi um final e mudei o rumo dessa prosa. Coisa fácil depois de mudar o rumo da minha história...)

Chorar faz bem pra alma.
Desentope os canos, limpa a vista, clareia os pensamentos.
Chorar pode ser saudade, pode ser medo, pode ser paz, alívio, raiva, ansiedade, felicidade....
Quando a cabeça dá um nó e a gente chora, eu digo que estou chorando misturinha.
Chorar misturinha é aquele desabafo confuso, que você não sabe dizer se está bem, se quer companhia, quando vai parar, como faz pra resolver... Tem muita coisa passando na sua cabeça, ela não dá conta de guardar tudo na caixola, o raciocínio pede arrego e aí você chora!
Chorar misturinha não desentope cano, não limpa a vista nem clareia os pensamentos. Ao contrário! Chorar misturinha pode ser ainda mais confuso, deixar o dia com mais zumbido e o futuro com mais neblina. Ainda assim, chorar misturinha é necessário.
É um processo de auto conhecimento, gasta um tanto de energia que gastaríamos de forma errada, numa discussão besta, numa fuga antecipada.
Todos os outros choros podem querer dizer: "faça alguma coisa"
Se você chora de saudade, pegue o telefone e ligue ou as fotos e recorde.
Se chora de alegria, abrace.
Se chorou de medo, tente nunca mais passar por aquilo.
Mas se o choro é misturinha, o jeito é deixar passar.
Deixe chorar, deixe sair. Deixe a cabeça achar a hora certa de desatar o nó, desenrolar os fios, colocar as idéias em ordem. Aí um dia, você vai chorar e vai saber que choro é. Vai entender se quer ficar, se quer sair, se quer mais da vida, se está arrependida, se pode seguir.
Chorei um tanto de misturinha uns meses atrás.
Outro dia, me peguei chorando paz!
Eu, um amigo, um violão, umas idéias na cabeça, um futuro completamente em branco e uma vontade enorme de pagar pra ver a vida!
Chorar faz bem pra alma.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Atéia graças a Medéia!

Vamos lá.... essa vai magoar um bando de gente. Mas se não sou boa em segurar minha boca, sou pior ainda em segurar meus dedos quando me dá vontade de escrever alguma coisa. (obs: Tarados de plantão, nada de fazerem associação obscena com a boca ou os dedos, combinado?!)

Vamos falar de Deus!
Ou do Buda, de Noé, do Preto Velho, da Dalila....Eu não entendo mesmo lhufas de religião e por certo vou terminar essa vida achando que Deusimar é nome bíblico, que o novo testamento invalida o velho (afinal é assim na vida real) e que Ali Babá e Alá são gêmeos.
Descobri já burra velha que Gabriel é nome de anjo, quando pra mim estava óbvio que era nome de gente. Afinal, anjos são seres com asas, que vivem nas nuvens, alguns são protetores, outros tocam harpa e todos usam um corte de cabelo duvidoso...Muita informação ruim junta tem cara de mentira! Quando a esmola é demais até o santo desconfia!!! Como é que você, que é devota dele, acredita?!

Acho mesmo ruim de engolir uma porção de coisa. E olha que eu sou boa de garfo! Mas não faz mesmo sentido ter um ser onipresente cuidando de tudo e de todos ao mesmo tempo. As mães já enlouquecem com três filhos, imagine com sete bilhões!?! Levando em consideração o caos em que o Mundo está, dá quase vontade de acreditar. Pudera! Fuderam o cara! Fica lá isolado, administrando uma penca de continentes, lembrando do pão de cada dia, transformando água em vinho....muita tarefa pra um sujeito só! Tinha mesmo que dar merda...
Mas aí vem a Bíblia, o Papa, as missas, os milagres...e a quase crença vai toda por água abaixo.
Olha lá a crença, afundando no mar, encontrando a sereia, que a leva de volta pra terra firme onde um coelhinho da páscoa lhe resgata e lhe alimenta com os doces que ganhou de Natal do Papai Noel.
Pra mim é assim: tudo num pacote só! História pra boi dormir! (* falamos sobre isso depois...)
Há alguns anos tentei virar espírita. É bem mais razoável, admito. Mas só até a página 23. Tem uma hora em que tudo começa a ter explicação e a gente, que sabe bem que coisa a beça na vida não se explica, começa a duvidar. Quando aparece a moça do caixa te cobrando um dinheiro pelo serviço do preto velho (que, caramba, não tá nem nessa dimensão pra receber!!!), aí a coisa fica preta, mesmo onde todo mundo veste branco.

Tenho uma baita inveja de quem tem fé! Gastaria menos tempo e menos grana em terapia se eu tivesse alguma. Deve ser bom pra cacete depositar a culpa toda num Ser de Luz, dormir rezando e acreditando que as coisas vão mudar e justificar seus piores problemas com um própostio que você desconhece, mas que certamente existe.

Eu, que nunca tive muita e fui perdendo o resto com o tempo, dou um duro danado pra dar conta do recado sozinha! Vez ou outra me pego carregando um peso nas costas, dou o melhor de mim no trabalho, corro atrás de muita coisa e não só de trio elétrico. Faço o que posso para as coisas melhorarem, dou sempre a mão à alguém (já que não creio na tal da mão divina) e vou matando um leão por dia com a minha cabeça dura de taurina.
Eu, que já nasci com nome de fábula, e que descobri com a vida que no meu país as maravilhas são muitas, mas não maioria, resolvi puxar pra mim a missão de me fazer dar certo! É difícil pacas, mas dá um gosto danado conquistar alguma coisa e ter certeza absoluta de qué não foi só obra do destino!
Aliás, destino pra mim é o endereço que você coloca no GPS. Todo o resto é realização!

* voltando ao assunto:
- tem gente que conta história pra boi dormir?
- existe canção de ninar pra boi?
- Boi dorme em pé? De olho aberto ou de olho fechado?
- Será que a música "boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta" foi originalmente composta para fazer boi dormir?
- será que pesadelo de boi é ele sonhar que virou touro?
- como o boi consegue dormir sabendo que a mulher dele é uma vaca?
- Por que as pessoas inventam essas expressões sem sentido algum?
- Por que eu não páro de escrever porcaria?!!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Pai e Filha

Relação entre pai e filha é uma relação como nenhuma outra.
Acho que tem a ver com o espírito protetor deles ao verem aquela coisinha pequena nascendo, sabendo de tudo o que os homens pretendem fazer com elas assim que os peitinhos e os pentelhos aparecerem.
É provável que Freud explique melhor....
Me lembro da primeira conversa tive com meu pai quando ele tentatava me explicar a importância da camisinha dias antes do meu primeiro carnaval sozinha - em Olinda!
Ele não estava 100% errado. Olinda era mesmo um OBA OBA! Mas a filha dele não. E acho que ele nunca soube que só precisei puxar da memória aquelas constrangidas explicações anos depois.
Isso é uma coisa curiosa. A gente cria um laço com o pai que nos permite quase tudo. É um colo pra chorar, o colo pra dormir, a pessoa pra quem você quer mostrar sua primeira nota 10 e debater o que decidiu ser quando crescer. Mas você não conta que não é mais virgem, não pede sua opinião masculina sobre o que você deve ou não fazer na cama, e morre de vergonha quando ele descobre que você ficou menstruada ou que já está tomando pílula. É como se a gente deixasse de ser frágil...quase como se não precisássemos mais daquele homem forte e protetor. Tenho quase certeza de que é isso que eles sentem. E arrisco dizer que, no fundo, a gente sente a mesma coisa.
Me lembro de ter sentido as primeiras rachaduras na relação preciosa com meu pai. A primeira vez que levei um namorado pra dormir em casa. Cada primeira vez que ia dormir na casa de um novo namorado. O dia em que não quis dizer onde ia, nem com quem, e nem se voltava...
Quando me casei, uns meses antes, meu pai parecia um tio distante. Morava alí comigo, mas não me abraçava muito, não alimentava mais longas conversas no café da manhã... Um dia entendi que deve ser mesmo difícil, ver a filhota partir, ganhar rumo sozinha, não precisar mais do seu guia, ganhar um novo braço forte onde se apoiar. Aí tivemos uma conversa franca, choramos um bocado aqui e alí e ficamos bem.
Hoje fico pensando que deve ter sido um turbilhão! De repente ela tem 18 anos, de repente já transa, já não quer mais dividir a vida, ouvir conselhos, pedir cafuné. De repente você vê a sua filha solta no Mundo dos Leões do qual você a quis proteger desde a primeira vez que a pegou no colo, lá na maternidade.
E você não tem a mínima idéia de como ela se está se portando nele!!!
Passado o susto, depois que casei, as coisas voltaram ao seu lugar. A começar pela garantia de que estarei sempre aqui, na mesma casa, cuidando das minhas coisas e não avoada e encantada com a o Mundo colorido da juventude. Depois vem a maturidade que nós filhas ganhamos e a leveza que eles, pais já senhores, adquirem.
É como uma combinação perfeita! Se fosse sempre cor de rosa, ficaria chato rápido. Por isso existe a adolescência, por isso existem os tabus, por isso todo jovem é um pouco rebelde e todo pai fica um pouco careca, mesmo que seja cabeludo!  Depois vem a calmaria.... 
Agora converso com meu pai sobre quase, quase tudo. Ainda não conto com sua opinião masculina sobre a minha vida sexual, mas já se foi o pudor de guardá-la pra mim como se ela não existisse. Acho que em seus redondos 60 anos de idade, ele já acha mesmo uma caretice ficarmos fingindo que essas coisas não existem
.
Hoje acordei com um email dele. Dizia, em resumo, que não gostou do texto que postei aqui embaixo.
Pulei da cama! Vim apagar.
Ora bolas, meu pai, a minha mão de toda a vida, meu maior crítico, o que sempre me escreve lindos elogios, em quem sempre confiei, desde a maternidade. Se ele disse, está falado!
Aí reli. E ele tem toda razão. É mesmo um daqueles textos que se fossem escritos a mão e estivessem guardados em uma gaveta, um dia, numa limpa nostálgica, seria rasgado em pedaços e jogado no lixo. Não disse ao que veio, não é esperto, inteligente, curioso, não é nem divertido!
Aí lembrei dessa história toda. Da vida de filha e pai que tivemos. E de quantas coisas fiz até hoje que eu rasgaria e jogaria fora. E de quantas outras mais ele certamente preferia nunca ler a respeito. E lembrei principalmente de quantas vezes discordamos. Quantas vezes brigamos. E quantas vezes nos arrependemos.
Foi então que resolvi deixar o texto. Guardado aqui, como prova da sinceridade que temos um com o outro, do dia (entre tantos outros) em que ele correu pra me proteger, e de como finalmente, passado o furacão da rebeldia, voltamos a nos entender, conversar abertamente, e concordar.

Pai,
daqui a uns anos, ou quem sabe em alguns meses, dou um delete nesse post aqui embaixo. Por enquanto ele fica, como parte da nossa história. Te amo!

terça-feira, 29 de março de 2011

Pequenas coisas ligeiramente irritantes (pra mim...)

- chamarem a mão do destro de "direita", como se a minha fosse errada
- ter tido que ler "Helena" de Machado de Assis aos 13 anos
- conhecer gente que não tem cecê!
- Ter unha no dedo mindinho do pé
- Ter que fazer a unha do dedo mindinho do pé
- Cozinha suja
-  Homem achar que mulher perfeita não solta pum
- Terem produzido Matrix 3 (?!! )
- Árvore de Natal
- Sair de casa pra ver  árvore de Natal
- Gente que chama cachorro de filho
- Homem que usa sunga estampada
- Só venderem clips em caixa com vários
- Tudo ter diminuido de tamanho, menos as pilhas
- Amigo oculto de trabalho
- O Mundo virar de ano em dezenas de horas diferentes, e a gente ainda fazer contagem regressiva!
- Playlist de festa de casamento
- Ter que comprar frutas secas no natal
- Venderem ameixa seca com caroço (??!!)
- Eu não conseguir entender um terço das letras do João Bosco
- O João Bosco não saber cantar um terço das suas letras e improvisar tudo com "badabadubadbadau.."

Pequenas coisas que acho incrivelmente saudáveis:
- Gente que canta no carro
- Gente que dança
- Tomar banho ouvindo música
- Agir um pouco por impulso
- Ouvir João Bosco!
- Comer amendoim (Dane-se! o Blog é meu. Eu escrevo o que eu quiser!)

sexta-feira, 25 de março de 2011

O FACEBOOK

Essa manhã abri meu facebook ( Por que mesmo???!!!) e encontrei o seguinte anúncio da lateral da página:


LISTA DE AMIGOS - Diferentes turmas de amigos? Família, trabalho, escola, a galera mais próxima? Aprenda a gerenciar quem vê o que aqui no Facebook..


Os caras criam uma ferramenta focada justamente na exposição generealizada que virou moda (e acho que nunca vai deixar de ser. Já era!) nos últimos tempos. Aí depois ficam oferecendo maneiras para você filtrar melhor quem realmente deve e quem não deve saber da sua vida. Caraca, se você tem esse tipo de neura, por que diabos tem um facebook? Sai logo desse troço, fica na tua....
Aliás, podiam oferecer esse serviço na vida, né:
" Diferentes grupos de amigos, família, trabalho, galera mais próxima? Aprenda a gerenciar seu dia, lembrar dos aniversários, organizar suas atividades, cumprir suas obrigações e ainda se divertir..." - EU PAGARIA POR ISSO!!!


O facebook tem umas coisas engraçadas. Começa com aquela perguntinha da página principal "No que você está pensando agora?"
Tem dias pela manhã que sinto como se o facebook fosse quem mais se importasse com o que passa na minha cabeça (isso nos dias deprê). Na maioria das vezes acho de uma xeretisse extrema e sinto pena e raiva de quem responde. Cacete! Eu preciso mesmo saber que a Jupira "está louca para chegue o sábado", que o Agnaldo quer "muito comer uma pizza", ou que a Cibele "está triste... :  ( "

!!!!!!!!!!!


Esse povo não tem parente não? Amigo, porteiro.... comenta por aí, gente. Não precisa ficar publicando cada vez que você sente sono ou está numa TPM fudida.
Já pensou se essa moda pega extra mundo virtual? Você encontra um conhecdio na rua, pergunta "e aí, como vai?" E ele diz "Adoro a vida em dias de sol"
Gente, frases como essa você encaixa numa poesia, diz sentada na praia para seu melhor amigo, ou inclui em uma daqueles insuportáveis PPS com figuras horríveis, música zen e mensagens do bem. Mas de preferência, guarde pra você! Fale na janela da sua casa. Não publique no facebook!!!!


E tem mais. Tem as cutucadas!
"Fulano te deu uma cutucada" "Você quer cutucar fulano?"
Eu achei que era de comum opinião que CUTUCAR é uma das coisas mais desagradáveis do planeta!!! Gente que fala cutucando, gente que te cutuca do nada, cutucadinha pra chamar atenção "hein, hein.....(e cutucando...)"
Aí de repente virou cool!
Ok, vamos todos cutucar uns aos outros!
Uuhuhlll!!!!
Pelo amor de Deus, rapaziada! Essa não pode pegar na vida real! Entenderam, né?! Cutucar é chato, sempre foi e sempre será! Cutucada tem hora e lugar e normalmente inclui um casal (ou poucas pessoas), um ambiente reservado e sacanagem!!!...  Tá legal assim. Não mexe nisso!!!


A gente ficou mesmo viciado nessa rotina de expor nossos dias, as fotos, o que pensa, pra onde vai, o que quer fazer....Quando eu era adolescente eu abria a geladeira pra pensar. Hoje em dia abro o facebook. Fico lá olhando....Os pensamentos se atualizando...Beltraninho numa nova foto.....aí 2 minutos e quase nada acontece...Nunca nada interessante....pronto, "já sei o que vou fazer agora!"  Igualzinho como era com a geladeira.
Levava muita bronca na época da geladeira. "Fecha porta, minha filha. Vai gastar uma fortuna de luz!". Pelo menos nesse ponto o facebook é mais econômico. E essa inércia xeretal até tem organizado bem meus pensamentos. Hoje, por exemplo, me gerou um texto no blog.
Taí uma função onde eu marcaria Curtir


(ps: se você não entendeu metade desse texto, abra uma página no facebook. Ou não. Abra mesmo a geladeira!)

domingo, 20 de março de 2011

QUEM?!?!

Chegou aqui em casa um exemplar de carnaval da Revista QUEM. Acho que veio de brinde porque eu renovei a assinatura do jornal.
Aí fui ler a capa. A manchete principal diz assim: "IVETE SANGALO CAI NA FOLIA"
Pensei:   E.....?
Já não é isso que ela faz desde sempre?!?! A profissão da Ivete Sangalo não é exatamente cair na folia?!?!

O que aconteceu com a idéia de que as manchetes (principalmente as da capa) devem trazer uma notíca arrebatadora, nova e chocante, que faça o leitor comprar a revista desesperado para descobrir o final da história?!
O final da história "IVETE SANGALO CAI NA FOLIA" todo mundo já sabe: Ela pulou durante 5 horas em cima de um trio, mostrou as coxas saradas  e faturou alguns milhões....

Outro dia li uma assim "ARTTISTAS SE DIVERTEM NA ILHA DE CARAS". Cacilda! É uma ilha, tudo liberado, quartos de luxo, praia particular....existe outra opção além de se divertir?

Revistas de fofoca são um desastre. Mas já que existem deviam fazer o mínimo ao que se propõem: contar um "babado". No caso da Ivete não era nenhum BABADO NOVO! (Desculpem, não resisti ao trocadilho!)

quarta-feira, 16 de março de 2011

QUASE 30...

No ano passado me dei conta de que em 2011 faria 30 anos. Entrei em parafuso!
Fui parar na terapia, tive crises de ansiedade, conversas francas com a mãe, o chefe, as amigas, o porteiro....
Desabafei pro Mundo um monte de coisas esquisitas que passam pela cabeça da gente nessas horas.
Não conseguia parar de pensar nem um minuto nas minhas celulites!
Pensava em por quantos anos prometi que ia dar um jeito nelas e que de repente eu já tinha quase 30 e elas estavam, obviamente, piores!
Vieram na minha cabeça todas aquelas frases que você escuta quando tem 15 anos de idade:
"Aproveita menina, depois dos 25 o tempo voa!"
"Ser magrinha agora é fácil. Difícil é depois dos 30!"
"Minha filha, uma celulite a toa....com uma carinha jovenzinha como essa, quem vai se importar com uma celulite?"
EU JURO, NESSE MOMENTO, PARA TODOS OS QUE ESTIVEREM ME LENDO, QUE NUNCAAAAA IREI DIZER NENHUMA DESSAS FRASES PARA NENHUMA MENINA BONITINHA DE 15 ANOS.
PU-TA-QUE-PA-RIU!!!!!! ELA UM DIA VAI FAZER 30!!!! E vai se lembrar de tudo isso. As frases assustadoras e apavorantes que ficam vindo durante o sono...que voltam quando a gente se olha no espelho...e que nunca mais vão embora quando a gente finalmente engorda nas malditas gordurinhas laterais!

Bom, isso tudo foi aos 29. Uma crise antecipada! Me acabei, chorei, pirei, gastei uns 2.000 reais com produtos de pele, impliquei com o trabalho, quis mudar de cidade, quis mudar de vida, quis ter filho logo, depois não quis mais...Aí comprei umas calças maiores, umas blusas mais largas, aceitei uma catástrofe que já me era anunciada há 14 anos e tudo culminou em uma sessão de emergência no psiquiatra, 40 reais em um remédio tarja preta e uma semana de licença em casa!

Daqui a 50 dias, completo 30 anos.
Estou ótima!
Nunca me senti tão viva, tão Alice, tão franca comigo mesma, tão no eixo, tão bonita. Minhas celulites continuam lá, piores! Mas amo mais o meu trabalho, parei de pensar em filho por uns tempos e estou me divertindo às pampas descobrindo que o mundo dos adultos tem gente muito mais interessante, que ainda posso andar de kart, jogar paintball, subir no palco pra dançar, falar minhas besteiras e rir da minha boca suja...
Nunca aguardei tanto um aniversário! Nem mesmo a carteira de identidade que iria ganhar aos 18 supera esse bem estar esquisito que venho sentindo por dentro ao pensar que poderei olhar no espelho e dizer: Tenho 30 anos!
Quase uma sensação juvenil...
Olha só eu aqui: Quase 30, feliz como uma adolescente!

terça-feira, 15 de março de 2011

O QUE VAI SER DO CARNAVAL?

Ouvi dizer que a prefeitura da cidade está pensando em estratégias para minimizar o carnaval no Rio.
No meu banco de pensamentos surreais fiquei imaginando a seguinte situação:

REUNIÃO DO PREFEITO COM OS REPRESENTANTES DOS BLOCOS:

- Primeira sugestão do prefeito: limitar a quantidade de blocos  - aí eu penso: Que bosta! Em vez de 1.500 pessoas em cada bloco agora encontraremos 6.000!
- Segunda sugestão: Incentivar que no próximo ano os blocos toquem tudo menos música de carnaval. Valsa, Roberto Carlos, bolero... - aí eu penso: Irão mandar matar o prefeito!
Terceira sugestão: Retirar todos os banheiros químicos dos blocos. Mas continuar prendendo quem mijar nas ruas! - Deve ter tido um policial sacana que curtiu essa idéia...
- Quarta sugestão: Construir uns prostíbulos e oferecer fornicação gratuita durante todo o carnaval somente dentro dos estabelecimentos -  penso: Taí um jeito de fazer as ruas ficarem vazias. Mas a cidade vai ficar ainda mais cheia.
- Quinta e última sugestão: confeccionar abadás e começar a cobrar ingresso - Ótima idéia! Deu super certo na Bahia. Já viu como lá é calminho?


FIM DA REUNIÃO: O prefeito mandou comprar passagens para ele e sua família  para Paris - passarão o carnaval do ano que vem por lá.

E você?

segunda-feira, 14 de março de 2011

O grande mistério do carnaval

Todo ano no carnaval fico pensando se o mundo pirou.
Começa com a ligação de uma amiga marcando a saída para um bloquinho às 06:30 da manhã. "Porque tem que chegar cedo e a banda sai lá de Santa Teresa"
08:15 já estão todos na cerveja.
Em Santa Teresa!!!!
Eu moro no Recreio...
Lá pras tantas você avista um grupo de músculos atravessando a rua fantasiados de pintinhos. Os mesmos músculos que se recusam a usar camisa cor de rosa, blusa estampada ou a encarar qualquer ousadia o resto do ano.
Aí tem a clássica fantasia da fralda: Sempre tem um sujeito vestido de fralda geriátrica tentando dar uns beijos. Quando o meu avô usou fralda geriátrica a sua maior certeza é de que não ia conseguir mesmo mais beijar ninguém!!!
O trânsito vira  outra coisa menos trânsito, afinal trânsito vem da palavra TRANSITAR e taí uma coisa que a gente não faz entre a Lagoa e Ipanema durante o carnaval.
E tem os incríveis desfiles de escola de samba!
Ahhh, os desfiles de escola de samba....
Pergunte a um grupo de 100 pessoas aleatoriamente escolhidas na platéia do sambódromo quantas delas escutam um cd de samba nos outros dias do ano. Eu  aposto em uma resposta em torno de 10 a 15.
Pergunte a mesma coisa nos camarotes de celebridades. A resposta será positiva em 90, mas vai ser 100% mentira!
Tenho um amigo célebre (embora ele negue o status) que diz que gosta do samba porque foi criado na Baixada. Dou um desconto porque ele merece. Mas eu fui criada ao lado da Cobal e nem por isso sou chegada em feira!
-Lantejolas
-Gente suada
-Homem vestido de mulher
-7 horas para fazer Rio - Búzios
-Cerveja quente
-metrô lotado
-Aquela voz insuportável do "cantador" das notas do dia apuração - e as suas pausas que entregam a nota 10 sempre antes da hora
-Xixi em banheiro químico
-Fotos com desconhecidos
-Carro imundo de confete
-Apito na avenida
-Puxador de ala
-3 edições da revista Caras só com fotos da área vip
-Muita pança ruim de fora
-Muito decote em mulher errada
-e muita gente espremida!

É tudo incrivelmente horrível, mas fica tudo magicamente suportável!!!!
Esse é o carnaval!